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domingo, 6 de março de 2011

Catapora

Short-fic que eu fiz quando minha bieféfa estava doente.


- Oi, meu amor. – Danny entrou pela porta, cheio de sacolas do supermercado.
- Oi. – respondi com um sorriso murchinho, eu odiava ficar doente. Ele veio até mim e me deu um curto selinho, depois foi até a cozinha levar as sacolas.
- ‘Ta melhor? – ele perguntou.
- Um pouco. – respondi na mesma altura. Estiquei as pernas no sofá.

Zapeei alguns canais na TV... Nada de bom passando. Desliguei.

- Danny. – chamei preguiçosamente. Ele esticou a cabeça para que eu pudesse vê-lo. – Pega meu celular? – pedi com um sorriso meigo. Ele sorriu, e foi pegar o aparelho no hack para me entregar.

- Obrigada. – mandei-lhe um beijinho no ar.

Assim que peguei o celular de sua mão, Larissa me ligou.
É sério, nós temos uma ligação... Sem piadas, por favor. Temos uma ligação muito forte. Nós com certeza devíamos ter sido irmãs em outra vida. Imagina só, eu e a Lah com aquelas roupas de época, passeando pela Londres de antigamente. Nossa, maior sonho isso.

"Amiga, como você 'ta?" Ela começou desesperada. Rsrs.
"Oi Lari." Comecei. Que amiga louca eu tenho. "Eu ainda 'to na mesma, com essa catapora." Olhei enraivada para as manchas vermelhas no meu corpo. "Mas, e você? Como está?"
"Tudo belezinha." Ela respondeu.

Não escutei mais nada. Tirei o celular da orelha e olhei para o visor.

- Que ótimo, a ligação caiu. – bufei descontente.
- Ela vai ligar de novo. – Danny falou da cozinha. Ué, tanta demora só para arrumar umas comprinhas?
- Ei, Danny – comecei. – o que você 'ta fazendo aí? – sim, eu sou muito curiosa.
- Ah – ele esticou a cabeça novamente para que eu pudesse vê-lo. – ‘to preparando chocolate quente.
- Oba, oba. – comemorei sentada. O celular tocou novamente.

"O que aconteceu?" Perguntei esbaforida.
"Calma." Lari disse lentamente. "Foi essa droga de celular." Bufou. "Isso sempre acontece quando neva em Londres."
"Londres?" Estranhei. "O que você ta fazendo em Londres, amiga? Pensei que estivesse em Liverpool com o Tom."
"Ah, é" A ouvi bater na própria testa. "Viemos ver uma apresentação da Carrie. Ai, amiga, minha cunhadinha estava linda. Senti sua falta conosco. Não é a mesma coisa sair para comemorar na Starbucks sem você." Ela choramingou.
"Pode apostar que eu queria muito, muito, muito mesmo estar aí." Sorri. "Mas me fala, como está a Carrie?"
"Ela ‘ta bem. Saiu há pouco com o Tom, foram locar uns filmes e ir ao meu paraíso particular..."
"Starbucks." Falamos juntas, para depois rirmos juntas também. "Boba." Dei língua. Ok, ela nem viu. "Mas, ei... Por que você não foi com eles?"
"Ah, pensei que era uma boa hora para te ligar, saber como está... E colocar as fofocas em dia." Rimos.
"Ownt, amiga. Realmente, você é a melhor amiga do mundo todo!" Fiz gesto com as mãos. Estou tão sentimental.
"Ah, amiga. E você? A melhor, da melhor, da melhor, da melhor, da melhor, da melhor..."
"Já entendi."
"Da melhor, das melhores." Gargalhamos.
"Suas loucas!" Danny apareceu e sentou no braço do sofá.
"Somos mesmo!" Lari respondeu. "Ah, fala para o Danny que eu disse que é para ele cuidar direitinho de você, viu?" Ela informou preocupada comigo. Ah, minha melhor amiga.
"Ok, vou dar o recado." Danny riu, ele devia saber que o recado era para ele mesmo.
"Você ta doentinha, ele tem que ser carinhoso, cuidadoso, sabe." Continuou passando os recados.
"Sim, senhora." Bati continência, Danny riu ao meu lado.
"Coloca no auto falante, por favor?" Ela pediu educadamente. Ih, já vi tudo. Fiz o que ela pediu.

- DANNY, CUIDA DELA VIU! SE NÃO FAÇO PICADINHO DE JONES! – ai meus tímpanos. – Ele me ouviu? – ela perguntou com a voz em tom normal.
- Acho que até o meu porteiro te ouviu, amiga. – ri, ela me acompanhou, e Danny continuava olhando para o aparelho em minhas mãos assustado.
- Ela não vai sair daqui e te bater não, Danny, fica tranqüilo.
- Uh – Lari comemorou do outro lado da linha, eu imaginei perfeitamente ela fazendo uma dancinha louca. – vou contar para o Tom que o Jones tem medo de mim.
- Ok, amiga. – suspirei. – liga depois, quero falar com o Tom também. Ele que não esteja com os dois olhos bem grudados em você.
- Ué, não entendi. – uhn, e depois ela diz que o Danny que é lerdo.
- Ow, sua lerda, - ela soltou um muxoxo descontente. – do jeito que você é, vai acabar fazendo alguma maluquice ai em Londres. – ri alto.
- Muita engraçadinha, dona Raíra. – ela devia estar me dando língua, aposto.
- É sério – continuei rindo. – espero encontrar o Big Ben, a London Eye e o Madame Tussaud quando eu voltar. – Danny gargalhou.
- Ah, o Tom não ta aqui para me defender agora – a voz dela era tristonha. – vou ligar de novo quando ele voltar, aí você e o Danny vão ver.
- ‘Ta legal, amiga. Beijos. – sorri.
- Beijos, beijos, amiga! – ela riu. Desligou. Também desliguei.

Larguei o celular na mesinha de vidro, que não estava muito longe, é claro. Não ‘to a fim de levantar do sofá, não mesmo.

- Ai, que droga. – praguejei baixinho, essa droga de catapora me irritando. Não vou coçar, não vou coçar. Eu repetia mentalmente.
- Vem cá. – Danny sentou ao meu lado e segurou minhas mãos. Ei, eu preciso delas para me coçar. Disse-lhe mentalmente.

Ele levou minhas mãos até sua cabeça. Ai, eu adorava aqueles seus cabelos macios. E começou a usá-las para afagá-los. Adoro essa sensação.

- É melhor do que coçar a catapora, não é? – ele sorriu maroto. Balancei a cabeça dizendo que sim. Eu chegava a desacreditar que existisse uma pessoa tão fofa quanto ele.
E a Lari preocupada que ele não fosse cuidar de mim. Sorri.

[...]

- Quem quer chocolate quente? – Danny voltou para a sala com uma bandeja e duas xícaras.
- Eu, eu, eu! – comemorei sentada. Adoro chocolate quente.
- Miss. – ela me entregou uma das xícaras.
- Oh, thanks. – agradeci lhe lançando uma piscadela.

Sentei com as pernas dobradas, deixando um espaço para Danny sentar ao meu lado.
Tomamos nosso chocolate em silêncio, até que eu comecei a rir descontroladamente.

- O que foi? – Danny perguntou confuso. Comecei a rir mais ainda. – Você está me assustando.
- Desculpa. – controlei o riso, cheguei um pouco mais perto de seu rosto. – Era só isso. – limpei o bigodinho de chocolate em seu rosto. Ownt, ele estava uma gracinha com aquele rostinho confuso de bigodinho.
- Então, ta. – ele se aproximou do meu rosto e virou a xícara fazendo um bigode em mim também.
- Como estou? – fiz uma pose segurando a xícara. Eu devia estar ridícula com aquele bigode, mas tudo bem, ninguém está vendo mesmo. Só o Danny.
- Uma gracinha. – ele elogiou e tirou uma foto com seu celular.
- Ei, não vale! – protestei, tentei em vão arrancar o celular de suas mãos. Mas eu consegui? Claro que não. – Apaga isso, Danny. – pedi.
- Hum-hum. – ele fez que não com a cabeça.
- Chato. – cruzei os braços, e lhe dei língua.
- Linda. – ele largou sua xícara, e ficou me abraçando. Ele me desarma fácil fazendo isso.

[...]

- Lava, lava, lava. Lava, lava, lava. Uma orelha, uma orelha. Outra orelha, outra orelha. – eu cantarolava tomando banho.
- Quer ajuda aí? – ouvi a voz de Danny do lado de fora do banheiro.
- Não! – respondi brincalhona. – Seu tarado!
- Posso só deixar a sua roupa aí dentro? – perguntou. Hum...
- Tudo bem. – dei de ombros. Continuei dançando e cantando.
- Posso me juntar à festa? – Danny afastou a cortina do Box e deu um sorriso danado.
- Não! – respondi o expulsando. – Sai daqui, Danny.
- Malvada. – ele saiu do banheiro rindo. Palhaço. Ri e terminei o banho.

Coloquei minha roupa íntima e comecei a vestir o pijama.
Até que a catapora estava melhorando, não estava coçando tanto quanto antes.

- Ta-dam! – entrei palhaça no quarto. Danny estava tirando a camisa. Opa, eu sempre chego nas melhores horas.
- Adoro esse pijama. – ele elogiou.
- Gosto mais do de vaquinhas – pensei alto. – mas também gosto desse azul com nuvens. – sorri e me joguei na cama.
- Só falta uma coisa. – ele sorriu maroto e procurou alguma coisa dentro de sua gaveta.
- Ownt! – meus olhos brilharam de excitação. – Pantufas! – pulei para fora da cama. Nem parece que eu estou doente, né? – Suas pantufas de macaco. – lembrei.
- Uhum. – ele vestiu uma camiseta mais folgada para dormir, e trocou a calça jeans por uma calça de moletom.
- Te amo, meu lerdinho. – cobri seu rosto de beijos. Ele merecia.
- Também te amo, minha pequena doida. – ele me abraçou, me levou para a cama.

Deitados e ficamos conversando sobre qualquer bobagem. Minha cabeça aninhada em seu peito, enquanto ele fazia um gostoso cafuné. Meus olhos fechavam sem muito esforço.
Danny depositou um beijo em minha cabeça e desligou o abajur. Olhei de relance para o teto e vi estrelas, luas e um único sol.

- I’m just following the road, through a walk in the sun

Escutei a voz de Danny cantarolar, minha mente já distante, rumo ao país dos sonhos. Onde Danny e eu vivemos felizes para sempre caminhando sobre o sol.
 

2 comentários:

  1. OWN, minha fic de quando eu tava dodói. *-------*
    Muito linda amigs. A melhor coisa que eu poderia ter ganho naquele dia.
    amo-te sz

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  2. Aaaah, fatão, amei escrever essa fic p/ você!
    Ficou tão bobinha, fofinha e bonitinha. Adoro começar a ler assim, de repente, me dá uma felicidade, sei lá :D

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