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domingo, 6 de março de 2011

Born to be my baby


Ao som da voz do meu cantor favorito eu dançava na cozinha fazendo o café da manhã. Não me surpreendi ao sentir duas mãos segurando minha cintura, e lábios tocarem minha nuca.

- Bom dia. – sussurrou com a voz ainda sonolenta.
- Oi. – respondi igualmente baixo. Aproveitei o calor que emanava de nossos corpos e que até hoje causava arrepios em mim.

[...]

Sentados no sofá, eu revirava seus curtos cabelos, em um cafuné desajeitado.
O filme que passava era tão desnecessário para mim quanto às palavras quando estávamos juntos. Não precisávamos disso. Só de estarmos juntos já era tudo!

[...]

Quando o vi pela primeira vez, no fundo, eu sabia que não era por acaso. Nossos olhares se cruzaram de forma tão intensa que recuei alguns passos para trás, tão vidrada e fora de mim que eu estava. Algo naquele garoto, aparentemente, comum e sem nenhum atrativo, havia me intrigado profundamente. Ainda bem que segui meus sentidos e não me afastei, pelo contrário, me aproximei o máximo que pude. E estamos juntos até hoje.

[...]

Abri a porta do quarto o mais silenciosamente que pude, encontrei-o dormindo tranquilamente, a expressão mais pura e angelical em seu rosto.
Eu me perguntava esporadicamente se merecia tamanho presente dos céus, sim, ele era o maior presente que eu poderia receber em toda minha vida.
Aproximei-me silenciosamente de meu anjinho, e me deitei ao seu lado, caindo no mais profundo sono em questão de segundos.

[...]

Lembro-me bem de nossa primeira briga, sim, até pessoas como nós brigamos de vez em quando, e fora por uma bobagem.
Eu jurei que nunca mais o procuraria, ele fez o mesmo. Mas acabamos voltando atrás, como sempre. Não suportávamos a idéia de ficar longe um do outro, e acabamos por prometer nunca mais brigar, o que não foi cumprido, é claro.
                                                          
[...]

Um dos momentos mais difíceis pra mim foi a perda dos meus pais. Eles eram tudo pra mim: minha fortaleza, meus alicerces, minha vida. E não tê-los mais comigo foi muito chocante. E novamente, ele estava lá ao meu lado, me dando força e cuidando.

[...]

Voltando a momentos felizes, algo que sempre gostei era a maneira como acordávamos todos os dias. Era única e especial, eu me sentia nas nuvens, e a mulher mais sortuda do mundo.

[...]

Algo que nunca parei para pensar (jamais quis sequer supor) era como seria quando um de nós partisse. Eu não gostaria de ir primeiro, e também não gostaria de abandoná-lo sozinho. Então, seria mais do que perfeito se partíssemos juntos, de mãos dadas para a eternidade. E Deus atendeu minhas preces novamente.
Morrer sempre foi um dos meus grandes medos, mas estando ao lado dele eu não teria porque temer nada, e foi assim em nosso último dia juntos em terra. Eu não time medo, estava segura de mim. E qual não seria minha surpresa se soubesse que morremos ao mesmo tempo, lado a lado num quarto de hospital. Fechando os olhos para a escuridão.

[...]

Dois corações, batendo uniformes.

Duas almas, tornando-se uma só.

Segundos incessantes de pura agonia.

Para enfim, a plenitude.

2 comentários:

  1. ai, cara! *momento nostálgico*
    amigs, vc escreve SUPER HIPER ULTRA MEGA bem. Melhor que eu, hein... *---*
    Te admiro muito por isso e por ser a minha bieféfa mana biscoito de outras vidas. #___#

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  2. Aaahh, amigs! *--*
    Que boooom que você gostou. Eu escrevo melhor que você nads, você escreve super!
    Ownt, minha pequerruxa mana linda (;

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